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O caranguejeiro Querido, de 34 anos, trabalha há mais de 20 anos com a captura do crustáceo. O ensaio fotográfico integra a pesquisa de doutorado de Lucas Coelho. Foto: Lucas Coelho

Laboratório da Antropologia premiado disponibiliza mostras fotográficas e produções audiovisuais na internet

Iris completa dez anos com quase cem ensaios fotográficos e 20 filmes. Inscrições para o ciclo fotográfico de 2021 seguem até 15 de fevereiro.

Corpo retorcido e braço esticado terra adentro. Lama que se espalha dos pés à cabeça. A imagem narra bem a saga de caranguejeiros em busca de crustáceos que habilidosamente se escondem nos rebancos – cavernas de terra cujos caminhos não retilíneos revelam a habilidade do bicho em se ocultar dos predadores. O ensaio Caranguejos, caranguejeiros e seus movimentos, de Lucas Coelho Pereira, narra a história de homens que dependem da atividade para subsistência e as artimanhas do crustáceo em busca de sobrevivência. 

O ensaio é uma das obras disponíveis ao público pela internet no acervo do Laboratório de Imagem e Registro de Interações Sociais (Iris) do Departamento de Antropologia (DAN) da Universidade de Brasília. Com produções premiadas no país e no exterior, o laboratório reúne ensaios fotográficos, documentários e filmes cujas narrativas resultam de pesquisas antropológicas.

Distinções como do Prêmio Pierre Verger (o maior do país na área) atestam a qualidade das produções realizadas por estudantes e docentes com apoio do Iris. Nas três últimas edições do prêmio, trabalhos do laboratório alcançaram o primeiro lugar na mostra fílmica: em 2020, com A sentença de Pawa; em 2018, com Outro Fogo; e em 2016, com Pás Ho Dame

A produção fotográfica ligada ao DAN também tem sido premiada pelo Pierre Verger. Dentre os 21 ensaios selecionados em 2020, cinco foram do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS/UnB) do DAN. Na edição anterior, em 2018, cerca de 20% dos ensaios selecionados entre todas as universidades do país foram do PPGAS/UnB.

Neste mês, o Iris completa uma década e está prestes a atingir a marca de cem ensaios fotográficos e duas dezenas de filmes produzidos. Para celebrar a data, o laboratório vai disponibilizar pela internet trabalhos produzidos desde 2011 e que ainda não estavam disponíveis on-line. 

Canal do Iris no Vimeo exibe produções fílmicas feitas por estudantes, docentes e pesquisadores do Departamento de Antropologia. Imagem: reprodução.Canal do Iris no Vimeo exibe filmes de estudantes, docentes
e pesquisadores do Departamento de Antropologia da UnB.
Imagem: Reprodução

Cofundador do Iris e docente do DAN, Daniel Simião comenta que “a singularidade dos produtos do Iris é que para além da dimensão estética, e sem deixá-la de lado, eles devem formar uma narrativa resultante da pesquisa antropológica. Cada produto deve comunicar a experiência de pesquisa e seus achados antropológicos”.  

CONHEÇA – Criado em 2011, o Iris apoia e promove o uso de recursos fotográficos e audiovisuais em atividades de ensino, pesquisa e extensão relacionadas ao fazer antropológico. O laboratório dispõe de 30 equipamentos fotográficos, sonoros e/ou de vídeo, destinados a estudantes, pesquisadores e docentes do Departamento de Antropologia.

O Iris apoia disciplinas da graduação e da pós-graduação e contribui para a produção intelectual que vem garantindo a excelência acadêmica da Antropologia da UnB. Anualmente, o labortório realiza o Ciclo de Ensaios Fotográficos, iniciativa que seleciona produções de discentes e docentes do DAN. Em 2020, 13 ensaios foram contemplados e estão disponíveis ao público.

As inscrições para o ciclo de 2021 seguem abertas até 15 de fevereiro. Podem participar da seleção estudantes dos cursos de graduação ou pós-graduação e egressos da pós-graduação do DAN nos últimos cinco anos; além de pesquisadores e docentes do DAN. 

>> Acesse aqui chamada para Ciclo de Ensaios Fotográficos 2021 do Iris/DAN

Os trabalhos produzidos no Iris podem ser acompanhados pelo InstagramFacebook ou Vimeo. Interessados em receber informações sobre novos trabalhos do Iris publicados na internet podem se inscrever em grupo no aplicativos de mensagem WhatsApp. Links para outros canais geridos pelo laboratórios podem ser acessados nesta página.  

PROPOSTA – Autor do documentário A cobra e cofundador do Iris, o docente Carlos Sautchuk destaca que o laboratório impulsiona os pesquisadores do DAN a utilizarem outras linguagens e abordagens na pesquisa científica. 

“O conhecimento acadêmico em geral não é imediatamente transmissível para o grande público. Poucas pessoas leem uma tese ou mesmo um artigo científico. A linguagem audiovisual é uma das maneiras mais potentes de ampliar o alcance da pesquisa científica”, avalia Sautchuk.

O docente Daniel Simião explica que “quando o antropólogo vai à campo com uma câmera, cria-se uma dinâmica diferente no processo de produção e divulgação da pesquisa científica”. Ele reforça que essa “é uma vertente crescente no mundo e que buscamos incorporar na nossa prática”. 

Técnico do laboratório, André Leão é graduado em Cinema e tem formação em audiovisual. Além de organizar as exposições, ele contribuiu com os acadêmicos no processo de se apropriar da linguagem e dos recursos audiovisuais necessários à produção fotográfica e fílmica.

O documentário A sentença de Pawa, de Shãtsi Piyãko, Juliana Amorim e José Pimenta, foi premiado
como o melhor na categoria Filme Etnográfico na edição de 2020 do Prêmio Pierre Verger.
Imagem: Reprodução

“É um processo super gratificante e também desafiador. Os participantes chegam com um arcabouço de uma pesquisa profundamente elaborada e desejam transformá-lo em um produto que não é tipicamente o que se produz na academia”, compartilha André Leão. 

O técnico explica que o laboratório dá suporte ao participante durante todo o processo de produção. “Absorvemos estudantes que, às vezes, não sabem nem manejar uma câmera. Ao final do projeto, conseguem produzir um filme completo, no qual o estudante mesmo capturou as imagens, participou do processo de montagem e roteirização”.

O autor do ensaio com os caranguejeiros, Lucas Coelho, define sua experiência com a produção fotográfica como “transformadora na perspectiva de pesquisador e de antropólogo”. Doutorando pelo PPGAS, sua experiência com fotografia vinha desde a graduação. Mas foi com o incentivo do Iris que ele deu concretude ao desejo de aliar pesquisa antropológica e fotografia.

“O Iris foi essencial nesse incentivo de colocar as imagens para circular no mundo. A equipe do laboratório me ajudou a pensar em como organizar as imagens numa narrativa visual consequente, criando histórias que tenham um roteiro e que falem do processo de pesquisa”, compartilha Lucas Coelho, que ganhou o prêmio de melhor ensaio fotográfico pelo 4º Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs).

FOMENTO – Para realização dos ensaios fotográficos, o Iris recebe recursos de editais promovidos pela UnB, pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF). 

As produções fílmicas já realizadas tiveram apoio destas três últimas entidades, além do Programa Mais Cultura nas Universidades, do Ministério da Educação; do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC-DF); e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

 

 *Matéria atualizada em 15 de janeiro, para acréscimo de informações.

ATENÇÃO – As informações, as fotos e os textos podem ser usados e reproduzidos, integral ou parcialmente, desde que a fonte seja devidamente citada e que não haja alteração de sentido em seus conteúdos. Crédito para textos: nome do repórter/Secom UnB ou Secom UnB. Crédito para fotos: nome do fotógrafo/Secom UnB.

 

 



 



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